quarta-feira, 9 de julho de 2008

Línguas afiadas

Ah! Finalmente consegui chegar por aqui pra dar a minha palavrinha semanal, depois de muito babar em cima dos cadernos estudando a nem tão boa e muito mais que velha matemática. Mas chega de falar de colégio por aqui, acho que é melhor eu começar com o que realmente interessa. Essa semana eu comecei a pensar delicadamente no meu futuro. Como o Badia ontem estava a comentar, ele não sabe direito o que quer fazer da vida, e pra mim ultimamente isso tem sido um problema. Eu não tenho sinceramente do que reclamar, apesar de uns tropeços aqui e outros acolá, minha vida tem sido muito generosa para consigo mesma, e a mim só cabe aproveitar. Mas pensando nesses esquemas de o que fazer da vida, sempre vem à cabeça (pra pessoas com a minha idade) aquele tão desejado, ou cobrado curso superior. Desculpem-me todos ter que tocar no assunto, mas a discussão que eu puxo hoje vai ter que começar por aqui.

Pois bem, apesar de ter mudado de idéia milhões de vezes, e apesar de querer fazer milhões de cursos universitários, admito que jornalismo essa semana me chamou muito mais a atenção, e na verdade não só pelo meu gosto pela escrita, pela redação, por acontecimentos e por toda aquela doideira, mas por um ponto negativo que eu tenho percebido no jornalismo brasileiro. Já explico.

Como todos sabem, o jornalismo de informação parte da idéia de levar-se somente a verdade, a notícia, e ter comprometimento com o que se diz, mas eu acho que os repórteres têm buscado a verdade errada e sim, isso é possível. Como? Raciocinem comigo. Não seria muito mais legal se a reportagem enfocasse muito mais a pessoa do que a notícia? Tá meio confuso ainda, mas eu dou um exemplo: Essa semana pegaram (depois de décadas) mais uns caras envolvidos naquela história toda do mensalão, incluindo o Celso Pitta (ex-prefeito de São Paulo), um tal de Nagy Nahas (megainvestidor) e o Daniel Dantas (empresário). Não é preciso dizer o que eles faziam com o dinheiro público, por que há muito tempo já é bem sabido por Deus e o mundo. Tava todo mundo louco procurando esses caras e os advogados deles pra fazer perguntas tipo "vai rolar um habeas corpus?" ou "quanto tempo ainda vão ficar detidos?"; ficam querendo saber dos próximos movimentos e das próximas cartadas judiciais e essas burocracias todas. Mas eu tenho uma coisa muito mais divertida pra fazer com esses caras. Já que a lei não nos permite esganar, sabe como é, eu andei pensando numas perguntas muito boas pra desarmar esses mauricinhos metidos a gatunos. A proposta aqui, é transformar os repórteres em uma consciência perseguidora desses babacas aí. Imaginem a cena:

Celso Pitta chega lá no Distrito Policial, já com a "tchurma" de repórteres toda preparada pra mandar aquela saraivada de perguntas sobre como ele vai proceder, e aí um espertinho aparece com seu cameraman, saindo de trás da moita antes de todo mundo e manda:

"Pitta, seu filho da puta, não adianta mentir que todo mundo sabe que tu és um baita de um ladrão descarado. Mas me diz uma coisa, tu tens noção de quantas pessoas estão passando fome e estão sem moradia, só por causa desses milhõezinhos que tu andaste surrupiando por aí com estes teus comparsas?"

Legal né? Aí vai outra. E dessa vez a gente sacaneia o advogado.

Dou-lhes poder de escolha. Situem-se como quiserem. As personagens são a advogada do Celso Pitta, uma loirinha que fala estranho e o advogado do Daniel Dantas, um cara meio gordo que se enrola todo pra dar desculpas. Pois bem, chegam eles todos serelepes, bonitos e faceiros, prontos pra largar AQUELE pedido de soltura que vai garantir filé mignon pelo resto da vida deles, e aí chegamos nós, futuros jornalistas, sempre saindo detrás das moitas com nossos gravadorezinhos de mão e as nossas câmeras e largamos antes de todo mundo:

"MEU (inha) FILHO (a)! Como é que tu te prestas a trabalhar pra um cara que rouba o imposto que tu pagas? Como é que tu ainda te prestas a ficar defendendo um safado destes? Quanto ele te paga pra mentir desse jeito? Tu achas que vale a pena tentar soltar um cara que rouba de ti e da tua família? E a tua comissão, quem garante que não é dinheiro roubado?"

Aí vocês imaginem meus amigos e minhas amigas, a cara do sujeito tendo alguém que pergunte coisas que realmente interessem e que exijam respostas sinceras, coisa que eles não estão treinados pra fazer. Ao povo o que o povo quer, e às favas com habeas corpus e outras expressões que ninguém entende!

Isto é aos futuros estudantes de jornalismo, publicidade, e quaisquer outros cursos. Só peço que fujam um pouco dos padrões, sejam originais, vamos colocar esses idiotas nas chinelas, vamos fazê-los confessarem o que fazem por não nos agüentarem mais; e mesmo confessando, vamos fazer todos arrependerem-se de ter mexido com o povo que eles tiveram a cara de pau de enganar.

E viva La Revolución!

PS: Ai, ai. Essa semana eu me exaltei. Mas pelo menos foi por causa de algo que vale a pena comentar. Mudando o foco, só pra recobrar o costume essa semana eu vou deixar uma música, já que semana passada eu larguei um texto-lombriga e nada de acariciá-los os ouvidos e o cérebro com música boa e criativa. Essa semana rola um Charles Mingus – Haitian Fight Song, um contrabaixista que mete um jazz nervosinho de base. Ah! E já que virou moda deixar sugestões de livros por aqui, começo a minha participação com A Conspiração Franciscana, de John Sack. Muito bom, MESMO. Eu estou já há horas lendo, o livro não é grande, cerca de trezentas ou quatrocentas páginas, mas por preguiça ou incompetência ainda não terminei. De qualquer forma, é garantido, eu asseguro. A minha participação fica por aqui, até a semana que vem, se tudo correr como esperado. Beijos e abraços, tchau!

Lucas Lopes

5 comentários:

Biella Silva disse...

Legal que a pessoa que já chegou dizendo ( proibindo) posts sobre o que fazer no futuro, ou qualquer coisa que envolva vestibula, decidiu tocar no assunto. :/
Achei uma boa idéia isso de deixar sujeitos como esses que parecem não conenhecer a vergonha, envergonhados(Oo), seria engraçado e concerteza atrairia muito mais o publico.
e a hitória de tornar as profissões mais criativas, originais, bm é muito interessante...
quando vai sair o livro hein??

Gustavo disse...

saindo de trás da moita antes de todo mundo e manda:
OUAEHUOEAHUOEAHOUAEHOUAEHOUAEEA
SO NA MOITA COMANDANTE ?
EIUAUAEHOAEHUOUOEAAE
meu, a parte de perguntar pra um advogado ele pode te dar a mesma resposta que eu já recebi:
se nao tivessem pessoas fazendo cousas erradas eu nao receberia meu salario
E é verdade um cara que trabalha com justiça as vezes tem que defender os injustos oO
que vida douda :\
;@

Gustavo disse...

ahhh e lembrando que eu penso em fazer jornalismo mas...
PQP eu preciso ler muito eu to pergando o gosto pela coisa mas a preguiça mata :\
como disse a nossa amiga dos olhos virados ao Celso (que nao gosta nada de Religiao mas ela insiste em dizer):
"Nao podemos ser preguiçosos, pois as formigas levam o preguiçoso."
Algo assim
ela quis dizer que a preguiça é coisa de demonio e pá
mas, sinceramente (e bem sinceramente), cousa do demonio é acordar TODOS dias 6:30 da manha e tr que ver a cara dela :x
;@

Gabi Gonçalves disse...

MELDEUS o gustavo se rebelou :)) auehauieha mas lucas, eu adorei teu post, preciso admitir que não ia ler, por ser muito grande e ja fazer um certo tempo que tu postou, mas eu teria saido perdendo, porque realmente ele é meega interessante, e a tua revolta aí, é a de todos nós, porém o nosso país tem brasileiros repletos de vergonha e de medo de se expor em assuntos assim, já pra outras coisas ninguém tem vergonha na caara ¬¬'
não descarta essa idéia de ser jornalista, porque tu já vai entrar nessa area de trabalho, tendo ideias bem criativas - aueaheua - e pensando difereente, como um verdadeiro reporter deveria pensar :))
é isso aí, e tenho dito e pronto ;D haha

Gabi Gonçalves disse...

e esse titulo não poderia ser mais propício pro post ;D