De volta

Olá! Estou hoje voltando de férias prolongadas, já que semana passada tive a cara de pau de não postar, e vou ver se volto o mais rápido possível para a boa e velha rotina nossa de cada dia. Pra começar, quero me justificar dizendo que desta vez, em verdade, não tenho muito a dizer, mas vou fazer o possível e o impossível pra tentar agradar com alguma coisinha interessante.

Este post eu começo em protesto. Aproveito este púlpito que se estende ao meu dispor pra reclamar de coisas que fazem sucesso, coisas que tem gente que idolatra mas que não valem um vintém furado como diz Vovó. Na verdade eu estou falando de pessoas, desculpem-me se eu for estúpido e se eu soltar o verbo, mas eu ultimamente tenho passado terríveis momentos de desgosto. Voltei a assistir televisão. Quer dizer, nessa semana que eu passei na casa da minha avó, de férias, de pernas para o alto, regado a refrigerantes e abastecido com um estoque interminável de pipocas, eu infelizmente me reencontrei com a televisão. Ela chegou de mansinho com aqueles velhos programas que eu sempre adorei ver: shows, filmes e coisas afins. Mas afinal de contas, eu tive que voltar para casa, e mais nada de televisão a cabo pra mim. Chega dos meus queridos shows de jazz na SESCTV e na TVSenado, chega das comédias da TNT que repetem milhões de vezes mas que eu não canso de ver, chega de assistir Laranja Mecânica, filmes loucos do Jack Nicholson e Os Três Patetas no TMC. Adeus, meus queridos, adeus!

"Mas até aí tudo bem" pensei eu, "eu posso segurar as pontas vendo Chaves, que ainda me diverte." Até que o pior aconteceu: A REDETV virou canal aberto. O SBT já não vive mais na nossa televisão aberta, e as piadas singelas e o humor simplório deram lugar à vulgaridade e às fofocas sobre a vida dos famosos. Agora eu já sei que a Mulher Moranguinho recebeu uma proposta de oitenta mil reais pra sair (sair, sei...) com um cara dito famoso, mas que preferiram não identificar, pra manter o mistério da história. Agora eu já vi a Mulher Melancia mais de dez vezes num dia só, falando besteiras no programa da Luciana Gimenez, cantando músicas baseadas em uma batida eletrônica e em rimas que sempre terminam em "batidão", "chão" ou "popozão". É de enlouquecer qualquer um.

Mas não pensem que eu fico dando bola pra essas porqueiras que insistem em aparecer na televisão, eu já aprendi que dá pra mudar de canal, e o melhor, eu aprendi que dá pra desligar o meu aparelho televisivo sem precisar me esforçar muito. É incrível o que se pode fazer hoje em dia com um controle remoto e um pouco de boa vontade. Falando em boa vontade, eu vou encerrar este assunto por aqui pra emendar um outro que me tocou profundamente hoje. Eu voltei a acreditar na bondade da humanidade. Sim, tudo começou da seguinte forma:

Lá estava eu, em prantos, pois havia perdido um dos meus bens mais preciosos: a responsabilidade. Na verdade eu perdi outra coisa, algo mais material, que eu não preciso mencionar agora, e estava em prantos, pensando que poderia ter sido vítima de um FURTO.

Quando eu perdi o meu radinho, eu pensei que nunca haveria de tê-lo de volta, logo aquele novo radinho que tinha me trazido já tantas alegrias. Poisé, eu perdi. Foi coisa de momento, de falta de atenção, mas em mim recaiu uma culpa e uma sensação de irresponsabilidade. Saí falando com todas as pessoas que via na frente, pessoas que poderiam e que não poderiam me ajudar, indo a todos os lugares e procurando em cada canto, embaixo de cada grãozinho de areia mais suspeito, deixando de lado todo o método racional que eu tento seguir em casos de perda (e olha que comigo não são raros esses daí). Nada. Voltei para casa desanimado e chateado com essa história toda, pensando somente no pior e desiludido com a humanidade, me preocupando agora só em continuar a minha vida sem a força desse meu querido companheiro. Mas aí é que tudo começou a mudar. Comecei meu dia sem graça, triste e amuado, sentindo falta daquela musiquinha velha de guerra, que me ajudava a começar os meus dias calmamente com uma boa de uma melodia. Aproveitei a manhã da melhor forma possível, não tenho nada a reclamar das pessoas que me deram força, só me ajudaram, como sempre me fazendo sentir cada dia mais aceito e acolhido, e me fazendo esquecer em parte tamanha desilusão. Logo depois do almoço me deitei e caí num sono conturbado cheio de pesadelos. Sonhei que estava presente no momento do seqüestro do meu radinho, sem poder fazer nada. Acredito que tenha tentado investidas violentas contra o meu próprio colchão, já que as cobertas estavam todas amarrotadas à minha volta quando acordei. Acordei atrasado, tinha de voltar para a escola, até então cenário da minha perda. Cheguei atrasado, perdi algumas aulas, já não estava com ânimo pra nada. No meio de toda essa melancolia, fui encontrado por uma boa alma, que me procurava já há algum tempo. Ela vinha me dizer que o meu radinho passava bem, conseguira escapar sem danos da terrível jornada e que estava em segurança, em boas mãos, só esperando pelo nosso reencontro. A partir daquele momento, voltei a viver e a acreditar na vida, voltei a acreditar na bondade das pessoas. Àqueles que me apoiaram e não me deixaram cair, àqueles que esforçaram-se para recuperar meu radinho, só tenho a agradecer. A todos vocês o meu Muito Obrigado.

Tá, é isso, eu acho que já enrolei demais por hoje, desculpem a história confusa, ela não é muito clara mesmo pra mim, e acho que até a próxima postagem. Ah! claro, não posso me esquecer de deixar uma outra coisa. A outra coisa é uma dica de filme que ninguém pode deixar de ver. A Janela Secreta, com os aclamados Johnny Depp e John Turturro dando um show de atuação pra tudo quanto é lado.

Lucas L.

P.S. Depois de ter lido novamente isso tudo, gostaria de deixar registrada a minha insatisfação com essa postagem, espero que me desculpem, prometo me esforçar pra melhorar.