Hey Mr. DJ

Olá, estou de volta aqui assim como prometido, ainda que com alguns poucos ou muitos dias de atraso, pra falar de nada e mais um pouco. Estes últimos dias têm sido muito generosos comigo, eu tenho descansado e refletido um pouco sobre a instigante maciez dos travesseiros. De qualquer forma, não é sobre travesseiros que eu vim falar.

Hoje eu me rendo aos encantos e desencantos do pop, e não haveria hora mais justa, já que a "rainha" do pop está no Brasil, fazendo suas apresentações e danças e cantorias pra multidões e mais um pouco de gente, espalhando todo o glamour de shows coreografados, grandes palcos, apresentações de pirotecnia, de luzes e sons fascinantes, entre outras maravilhas do mundo moderno. Quero deixar bem claro que isso não é nada que o rock progressivo já não tenha trazido consigo muito antes, e de forma muito melhor, devo dizer, se é que conta a minha humilde opinião, mas nada que não possamos compartilhar com artistas de estilos diferentes, pra que eles tentem melhor se desenvolver. De qualquer forma, na verdade eu gostaria hoje de ressaltar opiniões, tanto boas e ruins, sem necessariamente julgar ou ofender qualquer um que se considere fã da tal diva do pop, a tal da Madonna.

Mal a mulher coitada fez um show dia destes neste país tropical, abençoado por Deus, e foi suficiente pra que o azar que paira por aqui saltasse sobre ela. Pra começar, o show foi em um dia, uma noite, digo, muito chuvosa, forçando tanto a Senhora quanto os fãs enlouquecidos a procurarem abrigo embaixo de qualquer coisa, tendo aquela cantado inclusive precisando de quem segurasse o guarda-chuva pra ela como proteção. Para complementar, o palco, devido a toda essa molhaçada que estava lá, poderia ter servido melhor para uma competição de canoagem do que para um show. E foi aí que tudo começou. A azarada da rainha do pop, sem a sua bengala usual para suporte, deu uma derrapada bonita, que culminou no mais antigo mandamento da lei da gravidade: "Bunda no chão."

Assim sendo, só para terminar a história, ela, com tantos anos de carreira e reflexos teatrais, que sabem lidar com o erro e transformar imprevisto em improviso, simplesmente se jogou para trás e desenhou mais um daqueles movimentos maliciosos de mãos e pernas, coisa que todo mundo adorou. Entretanto, basta uma destas pra que um bocado se dê conta, que apesar de uma baita esperta, uma baita dançarina, e em geral, muito sortuda, a Madonna não passa muito disso mesmo. Que me desculpem os fãs e simpatizantes, mas quem viu o show, quem viu um vídeo, ou mesmo ouviu em algum lugar sabe muito bem que cantar foi coisa que ela não fez muito. Vendo um vídeo, aliás, feliz ou infelizmente, o vídeo deprimente da queda dela que não por acaso já virou sensação, eu me lembrei muito do Padre Marcelo Rossi. Aquela coisa de não cantar muito, de ficar contando a letra pra platéia e esperar que eles ajudem foi coisa primordial, isto sem contabilizar a quantidade de gritinhos à la Frank Aguiar, algumas desafinadas aqui e acolá e uma rígida e constante impressão de playback, o Sr. DJ que me desculpe.

Tudo bem, eu estou sendo muito duro com ela, não estou considerando os aspectos revolucionários do que ela causou há tempos atrás, enquanto provavelmente eu não era nem um projeto, quando ela se contorcia em clipes da mesma forma provocante como faz hoje ao vivo, acordando Deus e o mundo pra ver que crescia uma grande estrela, e isto eu não contesto. O que eu escrevo aqui é só uma contestação de toda essa hype, essa moda, essa febre de chamar a Madonna uma "artista completa", de comentar o tal "corpo perfeito", de dizer que ela é a melhor de todas as pessoas, coisa que justamente ela não é. Vendo as coisas com as minhas próprias lentes, ela ainda é uma velhota branquela e franzina, além de muito desafinada. Não é o tipo de artista que me chama pela imagem, tão menos pelas apresentações ao vivo, ainda que seja de plausível presença de palco e, segundo os meus critérios, que de muito bons não têm nada, uma grande dançarina.

Sobre o aspecto musical, de qualquer maneira, ainda continua sendo pra mim cousa muito fraca, ainda que se possa aproveitar uma ou outra composição dos seus fiéis produtores. No final das contas, mesmo que eu não goste de praticamente nada relacionado à titia, e apesar de essa vinda ao Brasil e toda essa loucura por Madonna não ter mudado em nada a minha opinião sobre ela (não que eu tenha me esforçado pra tentar), há de se admitir que acabou-se criando mais do que uma arista. A mulher já se tornou um ícone, um nome que rege um movimento, ela é um mito. Afinal de contas, ela não é tão boa artista, não passa muito de uma boa cantora de chuveiro, um pouquinho mais arrogante e abastada, uma razoável atriz e considerável bailarina, que força um pouquinho nas danças e atuações, tal como nas roupas e inclusive letras, mas não é isso que conta.

No final de tudo conta que ela tem imagem, e é esperta e ousada o suficiente pra saber usar isto a seu favor.

Bem, hoje eu fico por aqui, pra variar deixando mais alguma sugestão musical, e já que o papo hoje é a Madonna, nada melhor do que não deixar nada dela pra finalizar. O que eu mando hoje é pop também, mas na minha opinião tem mais qualidade e mais criatividade do que a rainha do pop jamais terá. O que sai destas páginas hoje é Jamiroquai - Seven Days In Sunny June, música de nome comum a todas as outras faixas do álbum homônimo, que andou beirando umas novelas e embalou uns romances das nove por aí. Aproveitem da forma como bem entenderem, ouvindo ou não, já que não dá pra contentar todo mundo sempre.

Enfim é isso, semana que vem talvez eu volte pra discutir outra coisa qualquer, se ninguém se animar a voltar aos escritos junto comigo. Um bom período a todos e um bêzo todo especial praquela que continua me conquistando cada vez mais a cada dia.